A Polícia Judiciária
de Cabo Verde está envolvida numa operação transnacional que permitiu fazer a maior
apreensão de cocaína no país. As informações, ainda por confirmar por parte da polícia
científica apontam para cerca de 10 toneladas e a volta de 12 tripulantes
detidos. O Radar News Online continua a averiguar a operação “ESER”, nome do
navio panamenho em que foi encontrado a droga. As suspeitas apontam que a quantidade de cocaína
apreendida no Porto da Praia teve proveniência das Caraíbas e seguia para o
continente europeu.
Fotomontagem by Radar News Online
Nas próximas horas, as autoridades criminais de Cabo Verde
deverão se pronunciar sobre os factos que envolveram uma mega-operação
transnacional e que se saldou pela apreensão de mais de 200 fardos contendo em
média cerca de 10 toneladas de cocaína, na detenção de mais de dez tripulantes de
nacionalidades estrangeiras e na retenção do cargueiro ESER, com registo no Panamá,
na propriedade de “Step Sg Corp”, desde 2013.
Apreensão
Pelas informações recolhidas, a apreensão foi o culminar de
uma operação de combate ao tráfico ilícito de estupefacientes por via marítima,
com a Polícia Científica de Cabo Verde a ser alertada pela Interpol de que o
cargueiro internacional, ESER com IMO 8415158/MMSI 353595000 teria que ser alvo
de buscas por suspeitas de transporte de droga, assim que aportasse em Cabo
Verde.
A PJ com o apoio das Forças Armadas e da Polícia Nacional cumpriu
a sua missão de averiguar o caso e comprovou a denúncia. Os factos revelam que
fardos contendo cocaína com elevado grau de pureza estavam no porão da embarcação
e acondicionados num contentor. Diante disso, a PJ confiscou o carregamento de
droga e procedeu a detenção de mais de dez pessoas que faziam parte da tribulação,
bem como reteve o cargueiro no Porto da Praia.
Buscas
Pelo que se sabe das nossas fontes “a PJ prossegue com a operação
pois quer esclarecer todos os meandros deste caso de tráfico internacional de
estupefacientes que acabou por ser interceptado em Cabo Verde através de uma congregação
de esforços entre forças nacionais e os organismos internacionais que regem o
combate ao tráfico ilícito de drogas. Neste sentido, em momento oportuno a
autoridade criminal avançará com a precisão da quantidade de cocaína apreendida,
bem como o número de detidos e nacionalidade, e ainda a proveniência e o possível
destino”.
O certo é que as nossas averiguações apontam suspeitas de
que o transbordo da droga ocorreu no continente americano, na região das
Caraíbas, entre as ilhas de Aruba e Curaçao e tinha como destino à Europa.
Suspeitas
Os dados recolhidos pelo Radar e confirmados através de uma
plataforma que fornece informações em tempo real sobre os movimentos dos navios
e a localização atual dos navios em portos e alto mar, revelam que o navio saiu
do porto de Ceuta, região autónoma de Espanha no dia 05 de Dezembro de 2018,
pelas 22h44 min. Mas, o recente percurso traçado pelo navio ESER, que antes de
chegar a Ceuta tinha estado na Tunísia e Turquia alertou a atenção das autoridades
internacionais de combate ao tráfico de estupefacientes, que assim passaram a fazer
a monitorização do cargueiro e a sua tripulação.
A estadia da embarcação por vários dias nas Caraíbas, com
último registo no dia 11 de Janeiro, com movimentações estranhas em alto-mar entre Aruba
e Curaçao aprofundou as suspeitas da Interpol.
Retenção
É que segundo as nossas investigações esta região do
continente americano formada pelo Mar do Caribe tem sido utilizada por organizações
criminosas de dimensão transnacional implantada em diversos países de
diferentes continentes para fazer o armazenamento de droga, para de seguida fazer
o seu transbordo em embarcações, e que depois utilizam os países da África
Ocidental como rota adicional para a entrada de cocaína na Europa.
Desta vez foi o caso do navio ESER que acaba de ser
aprendido depois de dar entrada em Cabo Verde no dia 30 de Janeiro. A embarcação
está retida no Porto da Praia e a sua tripulação sob custódia das autoridades
criminais. A investigação prossegue a cargo da Polícia Judiciária em cooperação
com o Ministério Público e autoridades internacionais, a fim de descobrir os
meandros deste caso de tráfico de estupefacientes, e apresentar os suspeitos as
instâncias judiciais para a aplicação das medidas de coacção.
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