sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Suspeitas apontam que cocaína veio das Caraíbas e seguia para Europa à bordo do cargueiro ESER


A Polícia Judiciária de Cabo Verde está envolvida numa operação transnacional que permitiu fazer a maior apreensão de cocaína no país. As informações, ainda por confirmar por parte da polícia científica apontam para cerca de 10 toneladas e a volta de 12 tripulantes detidos. O Radar News Online continua a averiguar a operação “ESER”, nome do navio panamenho em que foi encontrado a droga. As suspeitas apontam que a quantidade de cocaína apreendida no Porto da Praia teve proveniência das Caraíbas e seguia para o continente europeu.

Fotomontagem by Radar News Online

Nas próximas horas, as autoridades criminais de Cabo Verde deverão se pronunciar sobre os factos que envolveram uma mega-operação transnacional e que se saldou pela apreensão de mais de 200 fardos contendo em média cerca de 10 toneladas de cocaína, na detenção de mais de dez tripulantes de nacionalidades estrangeiras e na retenção do cargueiro ESER, com registo no Panamá, na propriedade de “Step Sg Corp”, desde 2013.

Apreensão

Pelas informações recolhidas, a apreensão foi o culminar de uma operação de combate ao tráfico ilícito de estupefacientes por via marítima, com a Polícia Científica de Cabo Verde a ser alertada pela Interpol de que o cargueiro internacional, ESER com IMO 8415158/MMSI 353595000 teria que ser alvo de buscas por suspeitas de transporte de droga, assim que aportasse em Cabo Verde.

A PJ com o apoio das Forças Armadas e da Polícia Nacional cumpriu a sua missão de averiguar o caso e comprovou a denúncia. Os factos revelam que fardos contendo cocaína com elevado grau de pureza estavam no porão da embarcação e acondicionados num contentor. Diante disso, a PJ confiscou o carregamento de droga e procedeu a detenção de mais de dez pessoas que faziam parte da tribulação, bem como reteve o cargueiro no Porto da Praia.

Buscas

Pelo que se sabe das nossas fontes “a PJ prossegue com a operação pois quer esclarecer todos os meandros deste caso de tráfico internacional de estupefacientes que acabou por ser interceptado em Cabo Verde através de uma congregação de esforços entre forças nacionais e os organismos internacionais que regem o combate ao tráfico ilícito de drogas. Neste sentido, em momento oportuno a autoridade criminal avançará com a precisão da quantidade de cocaína apreendida, bem como o número de detidos e nacionalidade, e ainda a proveniência e o possível destino”.

O certo é que as nossas averiguações apontam suspeitas de que o transbordo da droga ocorreu no continente americano, na região das Caraíbas, entre as ilhas de Aruba e Curaçao e tinha como destino à Europa.

Suspeitas

Os dados recolhidos pelo Radar e confirmados através de uma plataforma que fornece informações em tempo real sobre os movimentos dos navios e a localização atual dos navios em portos e alto mar, revelam que o navio saiu do porto de Ceuta, região autónoma de Espanha no dia 05 de Dezembro de 2018, pelas 22h44 min. Mas, o recente percurso traçado pelo navio ESER, que antes de chegar a Ceuta tinha estado na Tunísia e Turquia alertou a atenção das autoridades internacionais de combate ao tráfico de estupefacientes, que assim passaram a fazer a monitorização do cargueiro e a sua tripulação.  

A estadia da embarcação por vários dias nas Caraíbas, com último registo no dia 11 de Janeiro, com movimentações estranhas em alto-mar entre Aruba e Curaçao aprofundou as suspeitas da Interpol.

Retenção

É que segundo as nossas investigações esta região do continente americano formada pelo Mar do Caribe tem sido utilizada por organizações criminosas de dimensão transnacional implantada em diversos países de diferentes continentes para fazer o armazenamento de droga, para de seguida fazer o seu transbordo em embarcações, e que depois utilizam os países da África Ocidental como rota adicional para a entrada de cocaína na Europa.

Desta vez foi o caso do navio ESER que acaba de ser aprendido depois de dar entrada em Cabo Verde no dia 30 de Janeiro. A embarcação está retida no Porto da Praia e a sua tripulação sob custódia das autoridades criminais. A investigação prossegue a cargo da Polícia Judiciária em cooperação com o Ministério Público e autoridades internacionais, a fim de descobrir os meandros deste caso de tráfico de estupefacientes, e apresentar os suspeitos as instâncias judiciais para a aplicação das medidas de coacção.   


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