José
Victor Fortes, de 51 anos conhecido por Zezinho Catana negou a autoria dos
assassinatos das cidadãs Alice dos Reis e Maria Chandim na Ilha de São Vicente
nos meses de Julho e Agosto 2012. O serial killer de Cabo Verde defende as
acusações revelando que chegou de dizer a PJ da Praia que matou as duas
mulheres, isto quando averiguava a morte do colega de quarto, José dos Anjos,
assassinado e esquartejado por Catana. Zezinho disse a Tribunal que não matou
Alice e Chandim, que só confessou porque para esclarecer essas mortes, inspectores
da PJ espancaram-no, e para safar das “duras agressões” fez uma confissão, que não
passou de uma invenção da PJ.
O
representante do Ministério Público questionou Zezinho Catana qual as
motivações para lhe imputarem o assassinato de Alice e Maria Chandim. O arguido
revelou que o Departamento da PJ na Cidade do Mindelo levou m conta aquilo que
disse na Praia num momento em que estava a ser espancado para assumir a autoria
dessas mortes. Catana defendeu que não matou Alice, pessoa que inicialmente na audiência
de julgamento afirmou desconhecer, e que depois veio a afirmar que chegaram de
encontrar em duas ocasiões.
Zezinho
revelou que os inspectores da PJ na Praia, aquando do assassinato de José dos
Anjos utilizaram a sua estratégia e assim imputaram-lhe a prática de dois homicídios
na Ilha de São Vicente, isto é, a morte de Alice e Maria Chandim. Mas, o certo
é que as averiguações realizadas após saberem que Catana conviveu com as duas
mulheres antes de fugir para a Cidade da Praia, onde viria a matar um homem,
depois de cumprir pena de 19 anos e seis meses por matar um indivíduo em Santo
Antão, esmagando-lhe a cabeça com uma pedra com mais de 15kgs.
De
acordo com as investigações da PJ, o desaparecimento de Alice em Julho 2012 e a
morte de Chandim em Agosto desse ano tinha uma ligação. Isto é, que no dia do
desaparecimento de Alice esta estaria na companhia de Catana e que depois de um
desentendimento, o homem matou a cidadã e enterrou o corpo, que foi desfeito em
partes.
Sobre
estes factos, Zezinho negou e afirmou que a PJ quis através de agressões físicas
que assumisse essa morte. “Para escapar das pancadas que foram muitas disse que
matei-a e depois queimei o corpo e que atirei partes ao mar. Mas, a verdade é
que foi uma invenção porque pensei que me iam matar de pancada, sendo certo que
já tinha assumido a morte de José dos Anjos e ia pagar por esse crime. Não fiz
nada com Alice, o que está no processo são mentiras”.
Quanto
a morte de Maria Chandim, Catana disse que era incapaz de matar a sua tia,
pessoa que “sempre me tratou bem desde da minha saída da prisão”. O arguido
revelou que convivia com Chandim, que esta chegou de dar-lhe guarida na sua
habitação em Fonte Francês. Questionado pelo juiz se matou a mulher, este
referiu que não inclusive dormiu na casa desta nas vésperas de ser encontrada
morta. Mas, que tentou falar com Maria, mas o filho, Adilson, conhecido por
Russ impediu-lhe referindo que a mãe estava a dormir.
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