A situação em Chã das
Caldeiras é caótica com o avanço das lavas que derivam da erupção no vulcão do
Fogo. O momento é de desespero, dor, tristeza, pânico com pessoas em lágrimas,
após receberem informações de que casas na localidade de Chã começaram a ser
fustigadas pelas lavas. Arlindo Lima, presidente da Protecção Civil confirma
que os prejuízos estão a aumentar na medida que há residências e bens a serem
consumidas pelas “línguas de fogo” que jorram do vulcão.
Lima adianta que a
Polícia Nacional foi accionada para retirar à força quem permanece no local
devido ao perigo constante derivado do avanço das lavas. Arlindo Lima afirma que está-se a realizar diligências para resgatar aquilo que estiver ao
alcance. Mas, que a situação está-se a complicar, porque com o passar das
horas, as lavas percorrem a localidade e vão destruindo tudo aquilo que
encontra pela frente: casas e propriedades agrícolas, entre outros bens.
O presidente da
Protecção Civil assume que não há perdas humanas, porém que não vai haver mais
mecanismo de sensibilização para com os cidadãos que permanecem em Chã das
Caldeiras, com intuito de proteger os seus bens. “Entendemos que os cidadão querem salvar os seus bens, mas o valor da vida neste momento tem a sua importância. Por isso, perante a resistência já accionamos o Comando da
Polícia Nacional do Fogo para que os efectivos no terreno actuam, isto é, que
façam a retirada à força das pessoas que estão no local, porque o risco é maior,
na medida que as casas já começaram a ser destruídas e esse cenário não dá
sinais de mudança”.
O entrevistado revela
que uma parte da sede do Parque Natural do Fogo resistiu as lavas, mas que os prejuízos
são avultados. Em relação a localidade de Portela, o cenário visível no terreno
aponta que nas próximas horas, as lavas vão deixar a sua marca de destruição,
para desespero de quem residia nesse local. Neste momento não há o
abastecimento de água e em Mosteiro falta energia eléctrica, uma vez que a
erupção vulcânica provocou avarias na rede de distribuição.
Recorde-se que a
localidade de Chã das Caldeiras ficou isolada com as lavas a destruírem as
estradas de acesso. Por ora, o percurso é feito a pé pela encosta na região de
Monte Velha, e com o passar das horas é cada vez visível um quadro de catástrofe
que pode levar a destruição total da zona de Chã das Caldeiras.
Neste momento as
lavas correm em três frentes, em direcção as zonas de Cova Tina e Portela e
para a região onde situa a sede do Parque Natural. A situação se configura pior
daquela erupção vulcânica registada há 19 anos
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