O Comandante da Polícia Nacional na ilha do Fogo, Tito Barros apresenta um comunicado a esclarecer o caso de alegado vandalismo da sede do Parque Natural do Fogo, em Chã das Caldeiras, que sofreu danos provocados pelas lavas e em razão de uma tentativa de salvar o que se havia no interior dessa infra-estrutura se instalou o caos.
POLÍCIA NACIONAL
COMANDO REGIONAL DO FOGO
ERUPÇÃO VULCÂNICA 2014
Comunicado de Imprensa
ASSUNTO: informação sobre a alegada vandalização do Parque Natural do Fogo
A Polícia Nacional, sendo Instituição do Estado de Cabo Verde tem por objectivos, entre outros, promover as condições de Segurança; garantir o normal funcionamento das instituições democráticas; garantir o exercício dos direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos; garantir a manutenção da ordem; segurança e a tranquilidade pública; prevenir a criminalidade e garantir a segurança dos bens pessoais; assim como, colaborar ou apoiar a população em situações de calamidade.
Agindo como instituição pública, ela procura optimizar as suas capacidades técnicas-profissionais por forma a imprimir uma dinâmica vocacionada para uma actuação tendencialmente proactiva. Pretende que a cultura do seu efectivo seja sustentada pelas leis da Republica, onde a Constituição aparece como o pilar principal da sua actuação, com reflexos positivos pela sua imagem, espelhando assim, parte integrante de uma sociedade democrática.
O Comando Regional do Fogo, em pleno cumprimento do Plano de Erupção Vulcânica, e tendo tomado conhecimento, através da Comunicação Social (RTC), sobre a alegada vandalização e pilhagem do Parque Natural do Fogo, em Chã das Caldeiras, vem ao abrigo da lei e por dever de ofício, prestar o seguinte esclarecimento:
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1. Desde o início da erupção vulcânica (23 de Novembro), o Comando Regional do Fogo, mobilizou todo o seu efectivo em tempo record (no momento da erupção uma média 30 elementos já se encontravam no local) e destacou um contingente de 13 elementos ( 01 oficial, 02 Subchefes e 10 agentes ), sob a coordenação do Director de Operações da Protecção Civil, para permanecer no interior de Chã das Caldeiras;
2. A PN tem apoiado, sem reserva, a população em todo o processo de evacuação, colocando à disposição todos os meios humanos e materiais disponíveis, mesmo pondo em risco a própria vida (ver imagem da moto4 a transportar pertenças dos deslocados junto às lavas);
3. Apesar da resistência de alguns deslocados, sempre tem primado pelo diálogo permanente, mas sempre firme na decisão;
4. Até esta data não se registou nenhum acidente, ferido e nem perda de vida humana o que para nós é bastante confortável;
5. De igual modo, não conhece nenhum caso de furto/roubo nem tão pouco actos de vandalismo ou de pilhagem que, normalmente, acontece nesta situação, como alguns órgãos de comunicação social tem noticiado;
6. No que concerne a alegada vandalização do parque, objecto desta nota de esclarecimento, convém realçar o seguinte:
a) Conforme informações do Director de Operações e elementos das Forças de Segurança presentes no local, o responsável do Parque Natural do Fogo, dado o aproximar das lavas em direcção ao parque e na iminência do mesmo ser “engolido” pelas lavas, autorizou os moradores a retirarem as portas e outros equipamentos pertencentes ao parque;
b) Efectivamente os moradores e outras pessoas no local, sem equipamentos apropriados começaram, de uma forma desorganizada, a retirarem tudo que surgia pela frente.
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c) Importa, porém, referir que o consentimento do responsável do parque, à priori, foi com as melhores intenções;
d) Felizmente, a lava mudou de direcção e, por conseguinte, o parque não foi atingido totalmente. No entanto, as portas, janelas e outros equipamentos já se encontravam fora de Chã das Caldeiras;
7. Devido às novas circunstâncias, a polícia foi obrigada a uma nova intervenção com vista à recuperação dos equipamentos pertencentes ao parque, tendo com sucesso, recuperado alguns.
8. Face ao exposto e sem necessidade de criar mais factos ou falsos alarmes, facilmente se conclui que não houve pilhagem, vandalismo e mormente saqueamento dos bens do parque, como se quer passar a imagem;
9. Aliás, os meliantes, caso existissem no local, podiam preferir furto na adega de vinho, casas comerciais, hotéis e até residências de pessoas, em certa medida, mais apetecível e rentável, do que invadir o parque e levar aros de alumínio ou espelhos de casas de banho.
Nestes termos, salvo o devido respeito pela opinião contrária, o Comando Regional do Fogo, o Serviço da Protecção Civil, as Forças Armadas, DESMENTEM categoricamente, toda e qualquer informação contrária.
Comando Regional da PN-Fogo, 27 Novembro de 2014
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