sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Moradores de Portela lutam contra a fúria das lavas para resgatarem bens

Os moradores da zona de Portela em Chã das Caldeiras vivem um drama com o estado de catástrofe em sequência da erupção vulcânica que ocorre nessa área. As lavas não dão tréguas e por isso com receio de perderem os seus bens, a população está a realizar diligências dia e noite para evacuarem os seus pertences para locais seguros, na medida que as lavas ameaçam destruir as suas habitações.

Foto by Marcos Rocha - RTC 

Na noite desta quinta-feira, bem como na manhã desta sexta-feira, 28 é possível ver uma movimentação de veículos carregados de bens e várias pessoas nos diferentes troços das estradas procurando reaver os seus pertences.

Os residentes afirmam tratar-se de uma situação de “tristeza e desespero” ao verem as suas habitações e bens em perigo de serem devastados pelas lavas que vão em direcção a Portela. O cenário por esta altura é de cidadãos com os seus pertences espalhados por várias bermas das estradas e nas encostas, depois de salvá-los do “perigo iminente com a ocorrência da erupção vulcânica”.

Para os proprietários que conseguiram resgatar os pertences o próximo passo passa por conseguir uma viatura e fazer o transporte para as residências que acolhem os desalojados ou à casa de algum familiar nos concelhos de Mosteiros e São Filipe.

Solidariedade

Os afectados, apesar de viverem num cenário de tragédia, por verem que a localidade de Chã das Caldeiras, onde fizeram a sua vida pode vir a desaparecer agradecem a solidariedade de quem está a apoiá-los com géneros alimentícios e outros materiais.

Os moradores enaltecem a contribuição da Policia Nacional, das Forças Armadas, da Cruz Vermelha, da Protecção Civil de entre outros intervenientes, ao mesmo tempo que destaca a forma como os combustíveis foram colocados à disposição dos veículos, de forma gratuita, para facilitar o escoamento da população “o mais rápido possível”.
A população assegura que os manobradores das máquinas que estão no local fizeram “um grande trabalho de forma rápida e eficaz” ao desobstruírem as estradas, única alternativa para facilitar o transporte das viaturas.

Perdas

Mas, por outro lado lamentam a perda de “férteis campos de cultivo, conhecidos pela produção de videira, macieira, laranjeira, para além de produtos da primeira necessidade como milho, feijão, sem se esquecer do famoso café do Fogo que estão condenadas a desaparecer devido a fúria das lavas”.


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