sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Operação "Perla Negra": Prisão preventiva para seis cidadãos detidos na posse de 521 kg de cocaína em São Vicente

O Juízo Crime decretou a prisão preventiva a seis cidadãos, detidos pelo Departamento da Polícia Judiciária de São Vicente. Os indivíduos foram detidos pela PJ no âmbito de uma mega operação intitulada “Perla Negra”, cuja investigação e combate ao tráfico de estupefacientes e crime organizado, que culminou na apreensão de 521 kg de cocaína pura, cujo transbordo aconteceu na praia de Salamansa, ilha de São Vicente, e que os indícios apontam que a droga tinha proveniência da América Latina.Os arguidos José Prats Villalonga, Ariel Alvarez Benitez, Patrik Komarow, Juan Fernández Bustos, Alexandre"Xandu Badiu"Borges e Carlos Ortega vão aguardar o desfecho do caso em prisão preventiva. 


O Tribunal da Comarca de São Vicente procedeu a audiência de interrogatório dos seis cidadãos detidos pela Polícia Judiciária na sequência da operação criminal “Perla Negra”, que há seis meses investigava uma rede de indivíduos, residentes na cidade do Mindelo envolvidos no tráfico de droga. Durante 4 horas o juiz Antero Tavares acompanhado dos Procuradores Vital Moeda e Antónia Sousa bem como os advogados de defesa João do Rosário e Armindo Gomes ouviram os depoimentos dos arguidos indiciados no processo crime que os indicia da prática do crime de tráfico de estupefacientes. 

Na noite de 5 Novembro, em concertação com a Direcção Nacional da PJ, o Departamento da Policia Criminal na ilha de São Vicente, reunido de todo o seu efectivo montou uma operação de vigilância na localidade de Salamansa para interceptar um iate carregado de cocaína, que ia fazer o transbordo dessa mercadoria numa praia dessa zona.

No iate que transportou a droga seguia uma tripulação de dois cidadãos, de nacionalidade espanhola que aportaram em Salamansa. E, apoiados por quatro indivíduos, que estavam no local a aguardar a chegada dos transportadores fizeram o transbordo de forma sigilosa e armazenaram a droga que estava dissimulada em bolsas de cor preta, com estilo desportivo numa carrinha Hiace de cor branca, e ainda em dois pick up, de marca Mitsubishi, uma preta e outra vermelha.

O Radar News Online apurou que “os envolvidos no transbordo estavam entretidos com o trabalho de verificação e carregamento da droga nas viaturas que não se aperceberam da presença da Polícia Judiciária, mesmo quando deixaram o local, e seguiram pela estrada da Baía das Gatas que dá acesso a cidade do Mindelo. O comportamento do grupo demonstrou um espírito de confiança a mais perante aquilo que faziam, indiciando satisfação por estar a driblar as autoridades. Mas, verdade é que ao trazerem a droga para o seu destino caíram na toca do lobo e agora estão presos".

Apreensão

Mas, a verdade é que a Polícia Judiciária elaborou um plano de acção a medida dessa operação criminal, com nota de “eficiência e excelência”,  e seguiu os rastos dos suspeitos. Nas imediações da zona de Lameirão, foi o local escolhido pela autoridade criminal para montar a emboscada, aos cidadãos que seguiam nas três viaturas carregadas com 19 bolsas contendo cocaína.  

Quando as viaturas passaram pelo local onde se encontrava as unidades da PJ, os efectivos trajados de equipamentos de segurança e munidos de armas entraram em cena: bloquearam a passagem dos carros e deram ordens aos ocupantes para que descessem, pois tinham um mandado de busca, apreensão e detenção por suspeitas de tráfico de droga. A Polícia Judiciária apreendeu 521 kg de cocaína, sendo que a maioria estava na viatura Hiace, pertencente ao empresário cabo-verdiano, Xandu Badiu, e ainda, uma arma de fogo, calibre 6.35 na posse de José Prats Villalonga, dono da Tasca Perla Negra, na Praça Nova.

Detenção

Na sequência da operação foram detidos em flagrante delito, o empresário, Alexandre “Xandu Badiu”Borges, de 54 anos, o cidadão espanhol José Prats Villalonga, de 43 anos, um cidadão cubano, Ariel Alvares Benitez, de 46 anos, um sueco, de nome Patrik Komarow, de 44 anos, o espanhol Carlos Ortega, de 39 anos, Felix Fernández Bustos e o irmão Juan  Fernández Bustos, de 39 anos. Em que o cidadão espanhol Felix Fernández Bustos e outros dois cidadãos estrangeiros foram libertados por não haver indícios da participação no transbordo.

Os tripulantes do iate, Carlos Ortega e Juan Fernández Bustos foram detidos pela PJ. Porém, o Radar News Online respeita um pedido das autoridades, no sentido de não divulgar o modus operandi em relação a essa detenção, isto para não expor o modelo táctico de actuação utilizado em contextos dessa natureza para combater o tráfico de droga em Cabo Verde. O certo é que a tripulação não conseguiu pôr-se em fuga e foram detidos pelas autoridades criminais, e encarcerados juntos com os restantes quatro comparsas.   

Cadeia

Depois de reunir todas as provas sobre o caso “Perla Negra”, o Departamento da Polícia Judiciária entregou o processo-crime e os cidadãos detidos as instâncias judiciais. Presentes ao Tribunal, o juiz decidiu aplicar as normas do artigo 290 º do Código Processo Penal e enviou os seis arguidos para a Cadeia de São Vicente. O magistrado assegurou que por razões de prevenção geral, a prisão preventiva seria a medida adequada para se evitar o perigo de continuação de acção criminosa.

A decisão do Tribunal em aplicar a medida de coacção mais gravosa surgiu com base nos factos descritos no auto de detenção e pelos indícios recolhidos em sede de interrogatório, onde foram indiciados pela prática de crime tráfico de estupefacientes de maior gravidade.

Por outro lado a Polícia Judiciária rectifica que do grupo três dos identificados saíram em liberdade nestas primeiras averiguações, a PJ não recolheu fortes indícios de que estes participaram no transbordo.
Com o andar do processo de instrução o Ministério Publico, com base nos factos apurados vai decidir se os três cidadãos libertados devem ser constituídos arguidos.

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