terça-feira, 18 de novembro de 2014

Mulher passa sete meses na prisão por agredir e proferir ameaças de morte ao ex companheiro

O Tribunal da Comarca de São Vicente colocou em liberdade uma cidadã enviada para a Cadeia Central sob acusação de um crime de Violência Baseada no Género. Olga, de 38 anos esteve sete meses detida nesse presídio, na medida que agrediu e perseguia o ex companheiro, bem como apedrejou a sua viatura e a residência do homem que trabalha como comerciante na Praça Estrela.

O juiz aconselhou a mulher a ter um comportamento exemplar, e a continuar o tratamento psiquiátrico para recuperar de um transtorno que padece. Caso, não obedecer a ordem judicial, a cidadã vai regressar a prisão para cumprir uma medida de pena.
O juiz que procedeu a audiência de julgamento revelou que no mês de Abril decidiu enviar a arguida para a prisão, porque o queixoso, Manuel, conhecido por “Banha”, comerciante na Praça Estrela apresentou várias queixas as instâncias judiciais a informar que a ex companheira, Olga estava a perturbá-lo, com “ameaças de morte, perseguições constantes, tentativas de agressão, e que ainda esta lhe provocou danos na sua viatura e na residência”.

Reincidência

O caso estava a ser investigado pelas autoridades criminais, uma vez que a cidadã voltou a ter a mesma conduta. Com a comprovação dos factos e da sua reincidência em matéria, a mulher foi entregue ao Tribunal para a aplicação de uma medida de coacção.
O magistrado assegurou que “ o Tribunal esteve a analisar o caso para tomar a sua decisão sobre o processo-crime. Mas, como medida de prevenção geral, dada a conduta da arguida que afirmou ter a intenção de continuar a perturbar a ordem do queixoso, o juiz entendeu que a atitude da arguida preenchia os pressupostos de ilicitude criminal que não permitiam deixá-la em liberdade. Dessa forma para prevenir situações mais graves decidiu-se enviá-la para a prisão”.
Arrependimento
Na audiência de julgamento, a cidadã, natural da ilha de São Vicente justificou o seu comportamento e demonstrou o arrependimento por ter perseguido e agredido o ex companheiro. “Tive a perda de um filho em 2007, e para fazer esquecer essa situação passei a consumir drogas. Depois veio a separação com o meu companheiro, com que tive 20 anos de relacionamento. A partir desse período houve um descontrolo na minha vida e então passei a importunar o meu ex-marido, e ele acabou por apresentar queixa ao Tribunal”.
Olga assegurou que a sua detenção na Cadeia Central de São Vicente representa uma lição de vida, na medida que passou a ter acompanhamento psiquiátrico para ultrapassar o transtorno mental causado pelo consumo de drogas. A arguida revelou que analisou o seu comportamento e viu que cometeu vários erros, pelo que pediu ao juiz uma oportunidade para se reintegrar na sociedade.
Oportunidade
Por seu lado, o ex companheiro, Manuel, comovido pela situação disse em Tribunal que acompanhou o processo de detenção de Olga, de tratamento psiquiátrico, e que ainda lhe apoiou durante esse período, pelo que defendeu que a ex-mulher merecia uma oportunidade de demostrar as pessoas que mudou o seu comportamento.
“Neste momento sou favorável a sua libertação, mas peço que o Tribunal lhe aconselhe a seguir com o tratamento médico para que possa recuperar na totalidade do problema de saúde que a afectou. Hoje posso dizer que somos grandes amigos, e que ela passou a ter uma paz de espírito e tranquilidade para conviver com as pessoas. Ao sair da prisão ela vai ter oportunidade de viver uma nova etapa, deixando de prejudicar os outros e prosseguindo o seu tratamento”.
O Tribunal entendeu não haver razões para manter a cidadã na prisão, por isso emitiu um mandado de soltura e isentou-lhe a pena. Mas, ficou o compromisso de ela tomar os medicamentos, seguir o tratamento médico e evitar a execução novos erros, que possam constituir uma ilicitude criminal.           

  

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