Não
há voltas a dar perante os factos, e para que a culpa não morra solteira, o
Ministério Público avançou com uma acusação contra Zezinho Catana, o serial
killer de Cabo Verde. O homem com um historial da prática de crimes com
contornos “bárbaros e hediondos” em Cabo Verde está a ser acusado de matar duas
mulheres na Ilha de São Vicente. Recorde-se que Zezinho Catana cumpre pena de
25 anos por matar e esquartejar um cidadão, e já cumpriu pena de 20 anos de prisão,
após esmagar a cabeça de um homem com uma pedra de mais de 15 kgs.
O Ministério Público
deduziu a acusação contra o cidadão José Victor Fortes, “Zezinho Catana”,
suspeito de assassinar as cidadãs Alice Reis e Maria Chandim na Ilha de São
Vicente, nos meses de Julho e Agosto 2012. O homem nascido a 12 de Dezembro de
1963, na localidade de Ribeira da Torre, cidade da Ribeira Grande, Santo Antão
ficou conhecido por Zezinho Catana dada natureza dos crimes que cometeu em Cabo
Verde e que chocaram a sociedade cabo-verdiana. Assim depois de estar em São Vicente entre os meses de Dezembro 2013 e Fevereiro 2014 em interrogatório, nos próximos dias chega a Ilha do Monte Cara, visto que no dia 11 Março 2015 é julgado pelas mortes de Alice e Maria Chandim.
Em Dezembro 2013,
Zezinho Catana chegou a Ilha de São Vicente a pedido do Ministério Público que
pretendia realizar uma investigação para apurar casos de homicídios, onde os indícios
o apontavam como autor desses crimes. Nesse período o sujeito cumpria prisão preventiva
na Cadeia de São Martinho, Ilha de Santiago por suspeitas de matar e
esquartejar o colega de quarto, José dos Anjos, na Cidade da Praia.
Investigação
Na sua vinda a Ilha
de São Vicente, Zezinho Catana esteve dois meses sob interrogatório da Polícia
Judiciária e Ministério que o indiciaram da morte de duas mulheres com quem
conviveu nas localidades de Fonte Francês, Fernando Pó e Ribeira Craquinha. Tratava-se
de Alice dos Reis e Maria Chandim, a primeira cujo paradeiro é incerto desde
Julho 2012, e Maria Chandim falecida em Agosto desse mesmo ano.
Durante o processo de
investigação, Zezinho Catana chegou de dar indicações as autoridades criminais
que assassinou as “duas amigas” com quem convivia na Ilha de São Vicente.
Porém, num segundo momento, o homem entrou num período de denegação onde negou
a prática dos crimes para que possa ser ilibado em Tribunal.
Depoimento
Mas, o Radar News
Online realizou uma investigação para saber os motivos que levaram o Ministério
Público a deduzir a acusação de duplo homicídio agravado e ocultação de cadáver
contra Zezinho Catana. A resposta está num processo de inquirição ao sujeito
realizado por um representante do MP na Ilha de São Vicente, que a base da sua experiência
criminal foi accionado pelas instâncias judiciais e obteve a confissão por
parte do suspeito, que disse ter morto Alice à facada, após um desentendimento
entre ambos, e que depois de esquarteja-la enterrou os restos mortais em regiões
da zona Sul da ilha, cuja localização já não se recorda.
Quanto ao assassinato
de Maria Chandim, este se deveu a facto da mulher querer denuncia-lo a Polícia por
ter assassinado Alice, depois de um convívio, onde estes se envolveram numa briga.
E, assim Zezinho foi a sua casa pedir guarida para ficar e aproveitou da ocasião
para matar a única testemunha do caso do assassinato de Alice dos Reis.
Julgamento
De realçar que o
processo-crime foi entregue ao 1º Juízo Crime da Comarca de São Vicente que se
encontra a ultimar os preparativos para a realização da audiência de julgamento,
marcada para o dia 11 Março. O arguido vai ser confrontado pelo juiz acerca dos
factos descritos na acusação e ainda procurar descobrir onde o homem enterrou
os restos mortais de Alice Reis. E, para esclarecer a causa da morte de Maria Chandim pode vir a ser pedido a exumação do seu cadáver.
Resta agora esperar
pelo julgamento para se apurar o móbil destes crimes censurados pela sociedade
são-vicentina na altura dos factos. De realçar que o acusado incorre numa pena
de prisão de 15 a 25 anos se o Tribunal der como provados os factos que lhe
imputam a prática de dois crimes de homicídio agravado, e uma de ocultação de cadáver.
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