Depois de
catorze meses sem receberem os salários e a viverem em situação de penúria, os
trabalhadores da fábrica de queijo na cidade do Porto Novo tomaram uma decisão.
Com o apoio do Sindicato Livre dos Trabalhadores de Santo Antão (SLTSA), os
operários interpuseram uma acção judicial para reaverem os próprios salários. Há
cinco anos que a fábrica de queijo se encontra mergulhada em dívidas. O
Governo, proprietário da unidade fabril não apresentou uma solução e agora vai
caber ao Tribunal emitir a sua decisão sobre a situação.
Fábrica de queijo na cidade do Porto Novo |
A fábrica de queijo do Porto Novo, na ilha de Santo Antão
está encerrada desde o mês de Agosto 2013. Desde, então os responsáveis da
unidade fabril não arcam com as responsabilidades quanto ao pagamento dos
salários dos trabalhadores. Neste momento, os operários vivem à mercê da sua
sorte, isto, depois de terem vindo a a público pedir a intervenção do Governo,
proprietário dessa unidade fabril.
Com
o desespero a assombrar-lhes a vida, clamam por uma vida sem adversidades. Uma
vez que, sem receberem o ordenado, estes chefes de famílias “passam por sérias
dificuldades financeiras, pois trabalharam e agora estão com as mãos a abanar.
Não há dinheiro para sustentar a família e as dívidas estão-se a acumular dia
após dia”.
Sem
verem a cor do dinheiro, os funcionários em concertação com o SLTSA deram
entrada no Tribunal "um processo de acção declarativa de condenação
emergente de contrato de trabalho, cuja finalidade passará pelo despedimento
colectivo dos trabalhadores com justa causa a pedido dos mesmos". Esta
decisão surge como forma de não correrem o risco de regressarem a casa de mãos
a abanar. Os operários vêem nas instâncias judiciais, um recurso para garantir
o pagamento dos salários e uma remuneração pelos anos de serviço, e assim
puderem iniciar uma vida nova.
O
processo foi entregues as instâncias judiciais no dia 16 Setembro para que o
Tribunal tome uma decisão que permite aos trabalhadores receberem os salários
em atrasos e as devidas indemnizações, segundo as normas vigentes no Código
Laboral vigente em Cabo Verde. Por ora, apesar de a vida estar-lhes a ser
madrasta por culpa dos problemas financeiros que assolam o seu local de
trabalho, os funcionários da fábrica de queijo têm cumprido com as suas
obrigações no que concerne a assinatura do livro de ponto.
Recorde-se
que a ministra do Desenvolvimento Rural, Eva Ortet, aquando de uma visita a
Santo Antão em 2013, assegurou que o Governo estava a preparar um plano com
vista a solucionar os problemas da fábrica de queijo no final desse ano. Mas
até à data, a fábrica encontra-se paralisada e sem dinheiro, os trabalhadores
vivem momentos de desespero
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