quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Governo aumentou IVA para 15,5%: MPD votou contra quando a opinião dos cabo-verdianos se divide

O Governo aprovou a proposta de aumento do Imposto sobre o Valor Acrescentado, IVA, de 15% para 15,5% durante o ano 2015, cuja finalidade é que as receitas arrecadas se destinam a apoiar as famílias afectadas pela erupção vulcânica que assola a zona de Chã das Caldeiras, na ilha do Fogo. A maioria, o PAICV votou a favor e a UCID absteve-se na hora de vota. Já o MpD, partido da oposição votou contra e avisou ao Governo que a solidariedade não se impõe e que "O Governo está a fazer uma chantagem emocional inadmissível sobre todos os cabo-verdianos". 


Quanto aos cabo-verdianos, a cerca da medida do Governo, por ora as opiniões se dividem: há quem congratula o executivo por esse gesto a pensar os deslocados de Chã. Mas, há cidadãos a defender que o Governo agiu mal ao aumentar o IVA, porque essa medida vai trazer mais dificuldades financeiras a vida dos cabo-verdianos, e que em relação as pessoas afectadas na ilha do Fogo, de salientar que são vários os cidadãos, instituições, parceiros nacionais e internacionais que estão a contribuir na ajuda a "Djarfogo".

Solidariedade

No Parlamento, os deputados do PAICV, partido que sustenta o Governo votaram a favor, e na voz de Julião Varela defenderam que " a incidência do aumento de 0,5% do IVA é insignificante nas despesas das famílias e atende a vontade da maioria dos cabo-verdianos. Todos os dias ouvimos manifestações de vontade das pessoas em querer saber de que forma podem contribuir para minorar o sofrimento da população de Chã das Caldeiras". 

O deputado assegurou que com essa medida, o Governo "está a dar aos que podem e os que menos podem a possibilidade de participar". Segundo Julião Varela, Cabo Verde, a nível interno está a dar sinais de mobilização de recursos para dar satisfação às necessidades das pessoas afectadas pela erupção vulcânica na ilha do Fogo.

Alternativa

Por seu lado, o líder Parlamentar do MpD, Elísio Freire revelou que o seu partido não compactua com a decisão do Governo de aumentar o IVA, pois essa medida mesmo que de 0,5% "está a sufocar as famílias e as empresas, e o MpD mostrou sentido de responsabilidade face às dificuldades porque passa a população de Chã das Caldeiras, desde que os sacrifícios fossem partilhados, ou seja, 350 mil contos seriam financiados pelos cidadãos e empresas e 350 mil contos pelo Governo".

Elísio Freire conclui dizendo que "o Governo entende que, por causa da calamidade no Fogo, pode pedir aos cidadãos para reduzir os seus rendimentos e as empresas a sua tesouraria, mas não pode diminuir as suas despesas". 

Ajuda do Governo

Já, João Luís , da UCID revelou que a abstenção foi uma decisão do partido porque entende que o Executivo podia ajudar os afectados pelo vulcão através do investimento público. “O Governo e a bancada que sustenta o partido no poder não tiveram vontade política suficiente para dotar a população do Fogo do que de facto precisa. A abstenção é a nossa posição de voto porque a Ministra das Finanças não deu-nos respostas a cerca dos esclarecimentos que pedimos. Votamos abstenção porque , por força da maioria absoluta, o Governo e o PAICV pensam que podem tudo fazer e como querem”. assinalou o deputado da UCID.

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