Prossegue a polémica à volta do caso de ingerência da Ministra de Educação,
Fernanda Marques no trabalho de gestão da direcção da Escola Secundária Jorge
Barbosa, e que levou os membros da comissão administrativa a renunciarem os
cargos. Em causa está a decisão da Ministra em mandar um aluno do ESJB repetir
um teste, quando este alegou bloqueio psicológico. A direcção-cessante do ESJB tinha
decidido com base em trâmites legais e após realizar diligências junto do MED, que
o aluno não poderia repetir o teste.
O caldo entornou-se quando os encarregados de educação recorreram ao
Ministério de Educação, que obrigou a escola secundária a acatar uma ordem da
Ministra, Fernandes Marques, que deu ao aluno a oportunidade de repetir o
teste. Descontente, os membros da direcção da escola colocaram os cargos à
disposição. António Delgado, director-cessante adiantou que a ESJB entendeu
que se tratava de uma situação que mexia com a igualdade de oportunidades e de
tratamento diferenciado de alunos.
O MED aceitou sob pretexto de que ficaram nos cargos até o mês de Dezembro,
pois o Ministério de Educação necessitava de tempo para criar condições para
indigitar uma nova direcção para a escola. Mas, agora uma nova decisão do MED é
a gota de água que faz renascer uma nova polémica.
"Quero, posso, mando"
A Ministra de Educação, Fernanda Marques decidiu não esperar pelo fim do
primeiro trimestre e deu por finda a comissão de gestão da Escola Secundária
Jorge Barbosa, liderada por António Delgado. O despacho aconteceu a 16
Setembro, porém só no dia 1 Outubro é que a direcção-cessante teve conhecimento
dessa decisão. Fernanda Marques voltou a tirar mais uma decisão arbitrária da
cartola, que pode ter consequências na gestão de um estabelecimento de ensino
Contestação
Perante esta situação, a Comissão Política Regional do PAICV, na ilha de
São Vicente, na voz do seu presidente, Alcides Graça que considera o processo
de afastamento da direcção da escola “rápido, letal, extemporâneo e traiçoeiro” e assegura que Fernanda
Marques deve acarretar as responsabilidades por eventuais dificuldades no
funcionamento da Escola Secundária Jorge Barbosa.
O PAICV elogia o trabalho de excelência da antiga direcção da escola e considera que nada
justifica a forma como ela foi afastada por ordem de Fernanda Marques. O certo é que esta posição defendida
pela Comissão Política Regional do PAICV vem engrossar a lista de quem se
posiciona contra a forma como a Ministra de Educação age em relação aos estabelecimentos
de ensino em Cabo Verde.
Na sequência do caso da Escola Secundária Jorge Barbosa, o presidente da
UCID, António Monteiro pediu a demissão da Ministra, Fernanda Marques, posição
defendida ainda por vários cidadãos. O MpD pediu a intervenção do chefe do
Governo, e José Maria Neves veio a público defender a Ministra que tutela o
MED: “mantenho a inteira confiança na senhora Ministra que está a fazer um
grande trabalho”. E, agora com toda esta contenda, cabe a JMN tomar a melhor decisão,
num caso onde afirmou ter sido “partidarizado e politizado”.
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