segunda-feira, 6 de outubro de 2014

CASO ESJB: PAICV defende que demissão por parte da Ministra de Educação foi "letal e traiçoeira"

Prossegue a polémica à volta do caso de ingerência da Ministra de Educação, Fernanda Marques no trabalho de gestão da direcção da Escola Secundária Jorge Barbosa, e que levou os membros da comissão administrativa a renunciarem os cargos. Em causa está a decisão da Ministra em mandar um aluno do ESJB repetir um teste, quando este alegou bloqueio psicológico. A direcção-cessante do ESJB tinha decidido com base em trâmites legais e após realizar diligências junto do MED, que o aluno não poderia repetir o teste.

O caldo entornou-se quando os encarregados de educação recorreram ao Ministério de Educação, que obrigou a escola secundária a acatar uma ordem da Ministra, Fernandes Marques, que deu ao aluno a oportunidade de repetir o teste. Descontente, os membros da direcção da escola colocaram os cargos à disposição. António Delgado, director-cessante adiantou que a ESJB entendeu que se tratava de uma situação que mexia com a igualdade de oportunidades e de tratamento diferenciado de alunos.

O MED aceitou sob pretexto de que ficaram nos cargos até o mês de Dezembro, pois o Ministério de Educação necessitava de tempo para criar condições para indigitar uma nova direcção para a escola. Mas, agora uma nova decisão do MED é a gota de água que faz renascer uma nova polémica.

"Quero, posso, mando"

A Ministra de Educação, Fernanda Marques decidiu não esperar pelo fim do primeiro trimestre e deu por finda a comissão de gestão da Escola Secundária Jorge Barbosa, liderada por António Delgado. O despacho aconteceu a 16 Setembro, porém só no dia 1 Outubro é que a direcção-cessante teve conhecimento dessa decisão. Fernanda Marques voltou a tirar mais uma decisão arbitrária da cartola, que pode ter consequências na gestão de um estabelecimento de ensino

Contestação

Perante esta situação, a Comissão Política Regional do PAICV, na ilha de São Vicente, na voz do seu presidente, Alcides Graça que considera o processo de afastamento da direcção da escola “rápido, letal, extemporâneo  e traiçoeiro” e assegura que Fernanda Marques deve acarretar as responsabilidades por eventuais dificuldades no funcionamento da Escola Secundária Jorge Barbosa.

O PAICV elogia o trabalho de excelência da antiga direcção da escola e considera que nada justifica a forma como ela foi afastada por ordem de Fernanda Marques. O certo é que esta posição defendida pela Comissão Política Regional do PAICV vem engrossar a lista de quem se posiciona contra a forma como a Ministra de Educação age em relação aos estabelecimentos de ensino em Cabo Verde.

Na sequência do caso da Escola Secundária Jorge Barbosa, o presidente da UCID, António Monteiro pediu a demissão da Ministra, Fernanda Marques, posição defendida ainda por vários cidadãos. O MpD pediu a intervenção do chefe do Governo, e José Maria Neves veio a público defender a Ministra que tutela o MED: “mantenho a inteira confiança na senhora Ministra que está a fazer um grande trabalho”. E, agora com toda esta contenda, cabe a JMN tomar a melhor decisão, num caso onde afirmou ter sido “partidarizado e politizado”.



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