quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Greve à vista: PJ diz "basta" as promessas do Ministro da Justiça

Com o passar dos meses, o Ministério da Justiça não resolveu os problemas que afecta os agentes da Polícia Judiciária. O MJ e o Ministério das Finanças não manifestaram interesse em negociar as dívidas para com os funcionários da Polícia Judiciária: apenas promessas e desrespeito à classe. 


Devido ao incumprimento e porque o Governo não atendeu às suas reivindicações, a Associação Sindical dos Funcionários de Investigação e de Apoio à Investigação Criminal da PJ anunciou uma greve de mais de 24 horas para final do mês Outubro.

Pela voz do seu presidente, Mário Xavier, a ASFIC-PJ anunciou que espera a adesão de cerca de 90% dos funcionários da Polícia Judiciária, técnicos da área de lafoscopia, funcionários de laboratório, seguranças, inspectores e coordenadores da investigação criminal que exercem serviço na Praia, São Vicente, no Sal e na Boa Vista.

Mário Xavier falava durante uma conferência de imprensa e na presença de funcionários da PJ assegurou que a greve surge na sequência das reivindicações da classe: com importância na necessidade de uma análise urgente da proposta do novo estatuto da Polícia Judiciária, ouvindo a associação, e a sua “imediata aprovação".

Reivindicações

Mas, as reivindicações não ficam apenas pela aprovação do novo estatuto da PJ, a ASFIC-PJ reivindica a actualização da grelha salarial dos funcionários da PJ, atribuição de promoções em atraso, isto porque, apenas houve duas durante os 21 anos da instituição, e o pagamento urgente dos retroactivos das promoções de 2005.

Recorde-se que em Novembro de 2013, o Tribunal condenou o Estado a pagar aos funcionários a diferença salarial e com efeitos retroactivos (com juros de 8%), facto que não aconteceu até agora. A ASFIC-PJ acrescenta que quer melhores condições de trabalho nas instalações da PJ e o recrutamento de novos quadros para o ingresso na carreira de investigação criminal.


Mário Xavier defendeu que a investigação criminal como a essência da existência da PJ, nenhuma remuneração praticada em outros serviços inspectivos do quadro privativo da Administração Pública deve ser superior à de um inspector que ingressa na carreira de investigação criminal na polícia científica cabo-verdiana.

“Farto de promessas”

A ASFIC-PJ não descarta a possibilidade de ir para a mesa de negociações com o Governo, caso este esteja disponível para dialogar no sentido de se encontrar soluções que sirvam os funcionários da PJ. Por outro lado, Mário Xavier relembrou que as reivindicações datam de 2011, e que o Ministro da Justiça, José Carlos Correia, que ao que parece voltou as “costas” a uma instituição que dirigiu antes da sua entrada no Governo.

O sindicalista conclui dizendo que “damos uma basta de promessas, de discriminação, de hipocrisia e de desrespeito para com os funcionários da instituição. Os profissionais devem ser reconhecidos pelo seu engajamento e dedicação à causa pública e com muito sacrifício”.


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