domingo, 26 de outubro de 2014

Detenção ilegal: Jacob Vicente vai apresentar queixa-crime e pedir indemnização por danos morais

A defesa de Jacob Vicente, Director-geral dos Serviços Penitenciários e Reinserção Social vai intentar uma queixa-crime e pedir uma indemnização por danos morais. Em causa está a detenção de Jacob Vicente, a mando do juiz, Antero Tavares, do 1º Juízo Crime de São Vicente, e que o Tribunal da Comarca da Praia considerou ilegal. A defesa de Jacob Vicente requereu a intervenção do Conselho Superior Magistratura Judicial para abrir um inquérito e verificar as responsabilidades.

O juiz, Antero Tavares mandou deter o Director-geral dos Serviços Penitenciários e Reinserção Social, Jacob Vicente por entender que este desobedeceu um despacho do Tribunal de São Vicente que autorizou a reclusa, Lígia Furtado a retomar os estudos no curso de Direito, na Universidade Lusófona de Cabo Verde.

Jacob Vicente deu ordens a direcção da Cadeia de São Vicente para suspender as saídas da reclusa, até que o juiz esclarecesse os meandros da licença concedida a reclusa, Lígia Furtado. O magistrado, Antero Tavares considerou esse acto administrativo com um crime de desobediência e obstrução a actividade jurisdicional, e assim mandou deter o Director-geral dos Serviços Penitenciários e Reinserção Social.

Na cidade da Praia, Jacob Vicente foi detido por elementos da Polícia Judiciária e entregue ao Tribunal da Comarca da Praia. A instância judicial mandou soltar Jacob Vicente, pois ao analisar o despacho do juiz, Antero Tavares apurou que a detenção foi ilegal.

A juíza, Maria Lopes assegurou que “por impossibilidade legal não posso submeter o detido ao interrogatório e submete-lo a uma medida de coacção. Por outro lado, ao analisar o despacho do 1º Juízo Crime de São Vicente, vê-se que o juiz não indicou a finalidade da detenção do sujeito e nem requereu a realização de diligências a comprovar os motivos da detenção”.

Depois de estar detido cerca de seis horas, Jacob Vicente saiu em liberdade do Tribunal. O seu advogado, Clóvis Silva considerou que o processo e a detenção “foram alvos de ilegalidades e merece um inquérito por parte do Conselho Superior de Magistratura Judicial”.

O causídico defendeu que a ordem do juiz, Antero Tavares passou para os serviços da Polícia Judiciária sem chegar ao conhecimento do Tribunal e a Procuradoria da República, e que o Juízo Crime ao analisar os factos apercebeu que o processo continha ilegalidades, por isso ordenou a soltura imediata de Jacob Vicente.

A ter em conta, este episódio, que culminou na detenção ilegal de Jacob Vicente, o Director-geral dos Serviços Penitenciários e Reinserção Social parece não estar disposto a passar uma borracha nas cerca de seis horas que esteve preso de forma ilegal.

E, para repor a Justiça no caso, nesta segunda-feira, 27, vai apresentar uma queixa-crime, contra o juiz, Antero Tavares, que o mandou deter no âmbito de um processo onde pediu esclarecimentos ao magistrado, e autorizou a suspensão das idas a Universidade, por parte de uma reclusa, de uma das cadeias do país que está sob a sua jurisdição, até que os meandros do despacho judicial estejam esclarecidos.



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