O ex agente da Polícia Nacional, Ilaugino Fortes, de 46 anos começou a ser
julgado pelo assassinato de Celso “Chaka”, companheiro da sua enteada. Fortes é
acusado da prática de um crime de homicídio agravado, com três agravantes: uso
de arma de fogo, crime à traição e por motivo fútil. Ilaugino justificou a sua
conduta pelo facto de a vítima ter-lhe agredido e ofendido a sua honra na
sequência de um desentendimento.
O caso da morte de “Chaka” ocorreu no dia 26 Julho 2013, por volta das 20h15m
na residência do arguido, Ilaugino Fortes. A vítima de 30 anos residia no primeiro
andar dessa casa com a enteada do ex agente da PN. Em causa esteve o facto de
Celso ter acusado o filho do arguido de ter- lhe roubado 700 escudos.
Ilaugino Fortes, que estava a consumir bebidas alcoólicas numa loja nas
proximidades da sua residência, ao ouvir um barulho vindo do interior da casa
deslocou-se a esse local. “Ao chegar ouvi Celso a acusar o meu filho de 13 anos
de ter-lhe roubado dinheiro. O menino estava a chorar e disse ao indivíduo que não
poderia fazer tal afirmação sem provas, uma vez que nessa casa residia outras
pessoas” afirmou o acusado.
O arguido assegurou que a sua honra foi ofendida a partir do momento que vítima
lhe chamou nomes obscenos e que não era exemplo de Polícia. “Ainda falou que se
possuo uma arma de fogo, ele e o irmão que era meu colega de profissão possuía pistola
também. No interior da minha casa pegou-me no pescoço e bateu-me contra uma
parede. Depois engalfinhamos e fomos separados por um vizinho”.
Tratou-se da testemunha Elísio que adiantou que ao pôr fim a briga, os
envolvidos deram a entender que a situação estava resolvida, inclusive chegaram
a dar um abraço. Porém, tratou-se de uma ilusão ao testemunha, Elísio que
abandonou a casa.
Celso e Ilaugino voltaram-se a desentender e o ex agente da PN foi ao seu
quarto, sacou da sua arma de serviço e atirou contra “Chaka”. A vítima, que se
encontrava junto à porta de entrada da casa de Ilaugino foi atingida com três
tiros no abdómen e um no braço.
Celso caiu junto a uma escada que dá acesso ao primeiro andar dessa residência
e o arguido saiu a rua com a sua pistola, revelando que tinha disparado contra
o companheiro da enteada. A vítima não resistiu aos traumatismos causados pelos
disparos e faleceu na sequência de um choque hipovolêmico. Ilaugino Fortes, que
contava com 18 anos ao serviço da PN foi detido em prisão preventiva.
Em Tribunal, Ilaugino Fortes justificou que a sua conduta surgiu em razão
das ofensas físicas e a honra que sofreu da parte da vítima, com quem não tinha
qualquer desavença, antes da ocorrência dos factos. Fortes disse ter pegado a
arma para se defender. Mas, que se arrepende da sua conduta, pois matou uma
pessoa.
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