quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Suicídio em Roma: a triste história de uma adolescente orfã

As autoridades italianas realizam diligências para descobrir os motivos que estiveram na base do suicídio da adolescente cabo-verdiana, Katisa Sanches, natural de Boa Vista. A menor vivia há quatro anos em Itália sob a custódia de uma família adoptiva. Na noite do dia 18 Setembro, a adolescente de 13 anos foi encontrada morta com uma corda atada ao pescoço no interior do seu quarto, na região de Trastevere, cidade de Roma.
Foto de Katisa Sanches na sua página do Facebook
Os motivos que estiveram na base da tragédia continua a ser uma incógnita. Por ora, a Polícia examina um bilhete que a vítima deixou e recolhe informações registadas num computador e um telemóvel encontrados no quarto onde a menor se suicidou. As autoridades não confirmam as suspeitas que apontam um cenário de abuso sexual contra a vítima, situação que pode ter ligações a prática do suicídio.

Na ilha da Boa Vista, o ambiente continua a ser de consternação com a morte de Katisa Sanches, que foi transladada e dada a terra na sua terra natal. A adolescente era órfão dos pais: não chegou de conhecer o pai, falecido antes da sua nascença e depois viu falecer a mãe. Esta foi a primeira tragédia a desabar sobre a vida de uma "menina muito querida, amiga, respeitadora e sempre com um sorriso no rosto", segundo familiares residentes na ilha da Boa Vista.

Com a morte dos pais, a adolescente  ficou sob os cuidados da avó, mas que devido a circunstância da vida entregou a guarda criança a uma conhecida italiana, residente na ilha de Boa Vista. A cidadã decidiu adoptar  a adolescente no intuito de garantir-lhe uma vida condigna. Porém com a doença da mãe adoptiva, Katisa teve que ir viver para a Itália, com a sua avó a assinar uma procuração para permitir a saída da neta para o exterior, sob a condição de que sempre regressaria de férias a ilha.

Com o passar dos anos em Itália, Katisa sempre manteve o contacto com os familiares, sendo que estava prevista a sua chegada a ilha da Boa Vista no mês de Julho, mas esta foi adiada para Dezembro. No dia 15 Setembro, Katisa fez o último contacto com os parentes na ilha de Boa Vista pela internet. Pelo relato dos familiares a menina não deu entender que estava a padecer de algum problema. Mas deu a entender que tinha vontade de chegar a ilha para ver a família, facto revelado pela própria num post na sua página do Facebook onde escreveu "Katisa e dod na bo Boavista".

Volvidos três dias, a notícia do suicídio de Katisa Sanches caiu que nem uma bomba sobre familiares e amigos na ilha de Boa Vista. Por ora os familiares querem explicações sobre a morte da adolescente e revelam a perspectiva de ver o corpo transladado, isto para que a menor seja sepultada na sua terra natal.  



  

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